Tem certas horas que só mesmo um café, vários pensamentos e o silêncio da noite, pra ficar em paz.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual". (crônica de Carlos Drummond de Andrade)
                        Binho e Nina

quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Amigos"



"Um dia a maioria de nós irá s separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim...do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens...Aí os dias vão passar, meses, anos, até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo.Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão:"Quem são essas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!"

quarta-feira, 18 de abril de 2012

“MOTOCICLISTA”


Há algum tempo atrás, o pai de um anjo, que não está mais entre nós, com o n°24 pintado em seu capacete, disse-nos que gastou muito tempo falando de história sobre vocês, mas, para ser honesto, eu nunca prestei muita atenção.

Então, como ele era muito cabeça dura, ele me fez conhecer todos vocês, um por um. Ser abraçado e beijado por vocês, como se fosse o próprio filho; vestindo aquelas roupas de couro apertadas, aqueles capacetes coloridos, vocês pareciam realmente durões …

Mas uma vez que as viseiras fumês eram levantadas, vocês tinham olhos bonitos, limpos e cheios de lágrimas; olhos onde você poderia se perder neles, chegar em suas almas e ver que pura elas são.

Tirando suas roupas de couro, e, no final do dia, você veria que eles cresceram como crianças, nada mais que isso…

Eles gostam da vida, carnes, cerveja e “tira gosto” (pra não escrever lingüiça ou salsicha…) e ainda procurando pela mãe, quando as coisas dão errado…

Tem gente que diz que quando montamos em nossas motos, anjos e demônios vão conosco!

Pode ser até verdade, é um tipo de dualismo que faz esse estilo de vida ser tão rico em emoções, que fazem seu coração bater mais rápido, parecendo que vai sair pelo peito a qualquer momento.

Demônios fazem você acelerar, irracionais e violentas aceleradas, na hora que a adrenalina corre direto para seu cérebro e você fica tremendo por vários minutos.

Anjos que carregam com eles a face a as vozes de quem não está mais conosco; vozes da experiência por vezes forjada em ossos quebrados. Sim é verdade que você pode morrer pilotando uma moto; isso pode acontecer com qualquer um de nós isso machuca, REALMENTE MACHUCA.

Mas nada se compara à quantidade de vida que torna isso em lembranças fantásticas, em “flashes” que duram uma eternidade de risadas, aquelas risadas altas e profundas que vêm do coração, tão altas que fazem o sol brilhar num dia nublado.

Converse com qualquer um de nós, peça-nos para dizer sobre uma história de nossos últimos passeios alguma curva da estrada de sua montanha preferida, e você se perderá naqueles olhos sorridentes, naquele sorriso natural que gradualmente se espalha pelo rosto inteiro.

Converse com qualquer um de nós, pergunte como a vida seria se algum dia tivéssemos de desistir de nossa paixão e, tudo que você irá escutar é o som do silêncio, você verá que aquele rosto sorridente do “garoto” ficará vazio… como um marinheiro partindo para o mar ou como um pássaro com a asa quebrada…

Sim, você pode morrer em uma moto, mas acredite, não há melhor jeito de se viver o pouco tempo que nos é dado!

E se você não entendeu nada até agora, não se preocupe, você nunca entenderá!

Mas se um dia você estiver na estrada com sua família indo para a praia, na segurança de seu carro, UM DE NOS passar vagarosamente pelo seu carro, você verá que seu filho, sentado no banco de trás, de repente virar a cabeça, acenando e cumprimentando empolgado, não tente entender seu filho também.

Seu filho, com toda sua inocência, vê em nós uma centelha de algo que você nunca reparou!

E o motociclista acenará também, não há nada de errado e você sabe que…

Anjos na terra se cumprimentam!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Árvore no outono


"Devemos hoje sermos fortes e resistentes, como aquela árvore no outono, onde está seca, sem frutos, sem folhas, mas ela permanece ali firme, forte e resistente."

Haa Como o Tempo Passa..



Hoje pela manha estava me lembrando do dia que fiz o meu primeiro café, hô deixei ele subir foi a maior meleira (Nesse dia não foi nada bom, pois tive que limpar o fogão todo "rsrsrs".) Hoje isso não acontece mais! 

É engraçado como as coisas mudam, e como nós aprendemos tanto com os nossos erros, e o que me fez raiva ou me deixou triste ontem , hoje é natural e engraçado.. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

O ENCANTO NOSSO DE CADA DIA!

Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna?
A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto. 
O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar. 
Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!
Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.
Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também. 
Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.
Viver é exercício de desprendimento. É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.
Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...
E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.
Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...
Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui. 
E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o passaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela. (Padre Fabio de Melo)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Trecho do livro (Mundo de Sofia - Jostein Gaarder)


Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos
antigos, outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam todo o seu tempo livre a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes. Alguns lêem apenas jornais ou gibis, outros gostam de
romances, outros ainda preferem livros sobre temas diversos como astronomia, a
vida dos animais ou as novas descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que
todos os outros tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo
a todas as transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o
esporte uma chatice.
Mas será que existe alguma coisa que interessa a todos? Será que existe
alguma coisa que concerne a todos, não importando quem são ou onde se
encontram? Sim, querida Sofia, existem questões que deveriam interessar a todas as
pessoas. E é sobre tais questões que trata este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma
pessoa de um país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a
mesma pergunta a quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E
quando perguntamos a alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a
resposta será: a companhia de outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta
alguma coisa de que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham
que o ser humano não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer.
E precisa também de amor e de cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos
nós precisamos. Nós temos a necessidade de descobrir quem somos e por que
vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse
-casual- como colecionar selos, por exemplo. Quem se interessa por tais questões
toca um problema quem vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando
passamos a habitar este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a
Terra e a vida por aqui é uma questão maior e mais importante do que saber quem
ganhou mais medalhas de ouro nos últimos Jogos Olímpicos.
O melhor meio de se aproximar da filosofia é fazer perguntas
filosóficas: Como o mundo foi criado? Será que existe uma vontade ou um sentido por
detrás do que ocorre? Há vida depois da morte? Como podemos responder a estas
perguntas?
E, principalmente: como devemos viver?
Essas perguntas têm sido feitas pelas pessoas de todas as épocas. Não
conhecemos nenhuma cultura que não se tenha perguntado quem é o ser humano e de
onde veio o mundo.
Basicamente, não há muitas perguntas filosóficas para se fazer. Já
fizemos algumas das mais importantes. Mas a história nos mostra diferentes
respostas para cada uma dessas perguntas que estamos fazendo.
É mais fácil, portanto, fazer perguntas filosóficas do que respondê-las.
Da mesma forma, hoje em dia cada um de nós deve encontrar a sua resposta
para estas perguntas. Não dá para procurar numa enciclopédia se existe um
Deus, ou se há vida após a morte. A enciclopédia também não nos diz como devemos
viver. Mas a leitura do que outras pessoas pensaram pode nos ser útil quando
precisamos construir nossa própria imagem do mundo e da vida.
A busca dos filósofos pela verdade pode ser comparada com uma história
policial.
Alguns acham que Andersen é o criminoso; outros acham que é Nielsen ou Jepsen.
Um crime na vida real pode chegar a ser desvendado pela polícia um dia. Mas também podemos imaginar que a polícia nunca consiga solucionar determinado
caso, embora a solução para ele esteja em algum lugar.
Mesmo que seja difícil responder a uma pergunta, isto não significa que
ela não tenha uma - e só uma - resposta certa. Ou há algum tipo de vida depois
da morte, ou não.
Muitos dos antigos enigmas foram resolvidos pela ciência ao longo dos
anos.
Antigamente, um grande enigma era saber como era o lado escuro da Lua. Não era possível chegar a uma resposta apenas através de discussão; a resposta
ficava para a imaginação de cada um. Hoje, porém, sabemos exatamente como é o
lado escuro da Lua. Não dá mais para "acreditar" que há um homem
morando na Lua, nem que ela é um grande queijo, todo cheio de buracos.
Um dos grandes filósofos gregos, que viveu há mais de dois mil anos,
acreditava que a filosofia era fruto da capacidade do homem de se admirar com as
coisas.
Ele achava que para o homem a vida é algo tão singular que as perguntas filosóficas surgem como que espontaneamente. É como o que ocorre quando assistimos a um truque de mágica: não conseguimos entender como é possível acontecer aquilo que estamos vendo diante de nossos olhos. E então, depois de assistirmos à apresentação, nos perguntamos: como é que o mágico conseguiu transformar dois lenços de seda brancos num coelhinho vivo?
Para muitas pessoas, o mundo é tão incompreensível quanto o coelhinho
que um mágico tira de uma cartola que, há poucos instantes, estava vazia.
No caso do coelhinho, sabemos perfeitamente que o mágico nos iludiu.
Quando falamos sobre o mundo, as coisas são um pouco diferentes. Sabemos que o
mundo não é mentira ou ilusão, pois estamos vivendo nele, somos parte dele. No
fundo, somos o coelhinho branco que é tirado da cartola. A única diferença
entre nós e o coelhinho branco é que o coelhinho não sabe que está participando de
um truque de mágica. Conosco é diferente. Sabemos que estamos fazendo parte de
algo misterioso e gostaríamos de poder explicar como tudo funciona.
PS. Quanto ao coelhinho branco, talvez seja melhor compará-lo com todo o universo. Nós, que vivemos aqui, somos os bichinhos microscópicos que
vivem na base dos pêlos do coelho. Mas os filósofos tentam subir da base para a
ponta dos finos pêlos, a fim de poder olhar bem dentro dos olhos do grande mágico.